domingo, 23 de maio de 2010

Pelé 70 Anos, Ídolo de Barro






A Mídia Esportiva e o Ídolo de Barro Pelé, em Seus Setentas Anos

“Pelé jogando é uma coisa.
Falando deveria ter uma
chuteira na boca (Romário)
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-Faz tempo que um ídolo da Mídia Esportiva está envolvido numa série de problemas, para dizer o mínimo, mas a Mídia Esportiva estranhamente o deixa em paz, não provoca um jornalismo investigativo. O Pelé julga-se impune, imune ou a Mídia é suspeitamente conivente? De vez em quando a chamada Mídia Esportiva inventa um craque de ocasião, e lá vai um Kaká da vida pro podium dos disparates especulativos, a ser supervalorado salarialmente, superestimado nos enfoques do meio, e as inocentes torcidas, coitadas, do mesmo modo que acreditavam que o São Paulo Futebol Clube era o melhor time do Brasil, também acreditaram que Kaká era um novo Pelé branquelo com olhar alto-relevo de lambari defumado. Agora que ele já foi vendido pro exterior por alto preço e lá amadureceu, mostrou seu valor, claro, o São Paulo não ganhou nenhum título com ele mas mostrou que além do Kaká que deu certo, por outro lado, Luiz Fabiano e Reinaldo foram, no mínimo, canelas-de-vidro (no bom português, Pipoqueiros - sob pressão de importantes finais), ao mesmo tempo que vem a tona os rastros deixados pelo sr. Edson Arantes de Nascimento, o Pelé, nos suspeitos e exóticos paraísos fiscais. Claro que, a mídia esportiva (agora em minúsculo) deu uma notinha aqui e ali, mas, estranhamente os jornalões e colunistas do meio esportivo nem deram isso como manchete em letras garrafais, pois, afinal, parece que o nosso maior ídolo esportivo tem duas caras: uma, a do craque, para mim, junto com Garrincha, Zico, Sócrates e Rivelino, um dos maiores do mundo. De outro lado o mau empresário que estranhamente valeu-se de laranjas ocasionais, sócios suspeitos cooptados ( entre amigos do alheio?). Inocente inútil ou nem tão inocente assim?Pelé em campo era conhecido como esperto, malandro (até quebrou a perna de um brucutu que caçou seus colegas do Santos), mas - como desculpa, vá lá - não sabe escolher amigos nos negócios, ou, aí que a moeda revela a outra face, saquem o lance, proposital e curiosamente "escolhe" realmente alguns pangarés de caras lavadas, para exatamente dar seus golpes e mostrar que, grosso modo, é mesmo um ídolo de barro, e, pior; a sua personalidade verdadeira é aquela que renegou uma filha porque ela é mais inteligente do que ele, mais bonita do que ele, mais estudada do que ele, e, claro, tem caráter e não se sujeitou ao seu burocrático cerca-lourenço nos trâmites forenses, nem se deixou chapelar por suas pomposas firulas extra-tribunais, muito menos aceitou suas embaixadas de más intenções ou seus ataques de ego ferido em flagrante de comportamentos inidôneos, para dizer o mínimo. Claro que ninguém é cem por cento perfeito. Claro que o futebol no dizer dos hilários locutores e narradores (ou boleiros) é mesmo uma caixinha de surpresa até em jogos de casados contra solteiros, mas, entre o Gerson que fazia o mote publicitário de levar vantagem em tudo; do Luisão que pipocou aqui e ali em vários times grandes, pererecando (como diz o Fiore Gigliotti) sem nunca cumprir contrato in totum com todos eles, e os craques verdadeiramente limpos como Tostão, Zenon e Ademir da Guia, só para citar alguns dos maiores também, há uma grande distância, uma grande diferença. Eu era ainda era jovem de tudo, e fiquei sabendo por intermédio do Jornalista e Promotor Cultural, Paulino Rolim de Moura, de Itararé-SP, no Trombone (imprensa marginal que atacava a tudo e a todos com seu mosaico alternativo de imprensa), as tramóias do ídolo de barro, Pelé, indo e vindo do exterior em suas excursões pouco auditadas, inclusive pelo fisco. E as farinhas(...) encontradas numa vitamina que ele veiculou com alarde e pouca consequência resultante.
Pois o tal tablóide O Trombone publicou esses comentários-denúncias em edições bem distribuídos pelo Brasil todo, e entre governos militares (que fizeram vistas grossas - o Brasil tinha sido campeão no México com Pelé, Dadá, Paulo César Caju e outros), e, por isso mesmo, claro, ninguém quis pôr o dedo na ferida inteira, até porque, diz um ditado antigo, mexer em águas paradas vai trazer o lodo do fundo, e vai sobrar pra muita gente, até alguns emperiquitados totens da mídia e várias sombras palacianas em regime de arbítrio, de tempos tenebrosos. Novamente agora, em tempos de Lula Light e alguma transparência nos três poderes (a imprensa em tese continua antipetista pois é neoliebral, a Polícia Federal já sentiu o fedor das arapucas internacionais tramadas por empresas fantasmas do Rei Pelé, e já tem muitos sócios dele com as barbas de molho, quando não, citando o Elio Gaspari, tungados. Mas, o pior - e esse é o tema central desse artigo-desabafo - são as fanáticas viúvas de Pelé, agora ídolo de Barro, de Milton Neves a outros (e até amigos de ocasião), escondendo esse lado "pouco humano" do Rei, que revela a sua verdadeira cara. E ele, sempre ameaçando jornalistas de coragem que dizem verdades a seu respeito, ou então, Pelé estranhamente foge do país na hora de dar obrigatórias explicações. Viaja. Numa boa vai passear alhures no exterior, para ver tudo cair no esquecimento especulativo, e assim ele poder voltar, de cara lavada, ainda fazendo mídia para remédio contra impotência, como já fez propaganda para vitaminas feitas com farinha de trigo e na ocasião tudo foi abafado, apesar de fartas denúncias nesse sentido.
Quando, aqui e ali, prum "Louro José" da vida (isso é, jornalista-escada pra levantar a sua bola dialética), aceita operacionalizar uma entrevista babaca de ocasião, parecendo maduro, casado com crente, sereno, dando lição de moral ou de oportuna falsa humildade, ele logo posa tranqüilamente de bom moço, mesmo nunca tendo feito nadica de nada em favor de sua raça negra (até a esconjurou); jamais batalhou pelos seus colegas de estrelato (e depois, ocasional anonimato), tendo até abandonado o popular Garrincha em decadência e outros craques de talento quando precisaram dele. Mais recentemente, a melhor filha que teve - de uma relação com uma ex-empregada doméstica negra (como ele poderia assumir isso, se gosta de falsas louras?) - contou o estilo operacional do comportamento dele com ela, fugindo da responsabilidade provada com reiterados exames de DNA. Assim, fazendo o jogo do bate-bola com o repórter marionete, indo ao ar, aqui e ali, uma entrevistazinha, o Atleta do Século se esconde atrás da fama, contra as graves acusações que pesam contra ele, além de processos em trâmite legal e mesmo denúncias de ex-sócios que foram lesados por ele e deram com a língua nos dentes. O homem Edson Arantes do Nascimento é um e o Rei Pelé é outro? Falso. Tudo corresponde a um ícone só. Que virou ídolo de barro, mas, por incrível que possa parecer, do Juca Kfouri ao Flávio Prado, ninguém quer mesmo ir a fundo na investigação, e, é bem possível que, após um levantamento geral da Polícia Federal, algum diretor do chamado Clube dos Treze, fazendo jogo de cena, ou algum sindicato de ocasião comprometido, em conjunto de interesses suspeitos tentem acionar deputados babaquaras neoliberais em Brasília, e tudo acabe indo pro baú do esquecimento, pois, afinal, tem um desembargador e um ministro de tribunal superior aí, campeões em arquivamento de processos contra pessoas importantes e personalidades de destaque de nossa sociedade encardida, com seu fundo falso e histórica caixa preta camuflada no Caixa Dois dos lucros impunes, riquezas injustas, como cantou São Lucas. Por isso cobro que a imprensa em geral, dê a atenção devida e ampla que o caso merece, o enfoque que o fato requer. Por que seria diferente com o Pelé? Não atacaram o Dida por causa do tal passaporte falso? Não reclamaram algumas eventuais suspeitas de maracutaias do Zico no Japão? Não atacaram o Dr. Sócrates quando ele teve uma separação litigiosa? Não colocaram o Campeão Marcos do Ex-Verdão sob suspeita de corpo mole em clássico? Por que perdoar o homem público Pelé então, um ìdolo de Barro? Isso é hipocrisia. Ou falta de ética jornalística na mídia esportiva. Quero esses programas tipos "mesa redonda" do Cartão Verde ao Terceiro Tempo, mostrando a verdadeira cara de um rei que não está com essa bola toda, principalmente fora do gramado.
Até porque, se dentro das quatro linhas ele foi genial, por outro lado, realmente seus negócios deram com os burros nágua, e ainda tem muito podre para vir a tona, quando, então, finalmente o mito cairá definitivamente por terra. E será um golaço da imprensa investigativa, denunciadora, imparcial. Para o bem de todos e a felicidade geral da Verdade propriamente dita.


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-Silas Corrêa Leite, Poeta, Educador,

Santa Itararé das Letras

E-mail:
poesilas@terra.com.br

Autor do Romance ELE ESTÁ NO MEIO DE NÓS no site

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