domingo, 17 de abril de 2011

Oração do Professor Sofrido de São Paulo





Oração de Professor Sofrido do Estado de São Paulo


In Memoriam do Mestre Paulo Freire e de Franco Montoro
(O último governante a valorizar a Educação
pública com respeito, carinho e educação... )



Senhor...
Tende piedade do Professor de São Paulo, pobre Professor
Que nas unidades escolares despreparadas
De uma sociedade consumista no olho do furacão
- E de famílias mal-amadas –
Entre um cínico estado mínimo promovendo muito ouro e pouco pão
Tenta reger as suas tantas duras jornadas
Com um indigno salário pífio, vergonhoso, vão
Trabalhando pesado para suportar a total falta de estrutura na Educação...


Senhor...
Tente piedade do mal-valorizado Mestre, pobre Professor
Também como uma espécie de Sem Teto, Sem Salário, Sem Amor
Que num sistema público sem suporte
Rala como um miserável cão
Mais um holerite desumano, de morte
E a hipocrisia de políticos dessa infame geração
Em que a violência é o Quinto Poder
E o educador atarefado ainda tem que sobreviver
Na falta de justiça e pão...


Senhor...
O Educador para se sustentar
Em vários lugares tem que matar de trabalhar
E da periferia sociedade anônima à escola ser exemplar
Ainda ser assim por isso mesmo digno na docência
Mesmo com o seu triste e desproposital salário de fome
Tem que fazer bicos para prosseguir... continuar
Em Vosso Santo Nome
E o exercício da profissão
Como uma missão; uma luta a travar...


Senhor...
Tente piedade do professor – e dos alunos carentes
Que enfrentam a insensibilidades dos palácios regentes
E sendo filhos desse solo – entre governos insanos, incompetentes
Vão encarando a educação pública com sangue, o suor; essa gente
Sofrendo e seguindo em frente
Com o giz, a régua, o apagador
Sonhando justiça ainda que tardia que valore a educação pública, o seu labor...


E se um dia eu tombar, no exercício da profissão, Senhor
Em que me fiz plantador de sonhos, Educador
Tente piedade do que virá; o próximo Professor
Que ainda virá a se formar...
E que certamente sonhando estará para nos continuar
E também encarar a total falta de incentivo e valor
Como “suBornus” e outras mentiras amorais de governo enganador
Entre tantas hipocrisias
De atitudes falsas, vazias
E dai-nos, pelo menos, o céu de sua recompensa, Senhor
Com uma lousa celeste, e um novo giz, um novo apagador
E uma coroa de glória com novo juízo de valor
Numa lousa de estrelas, pois, seja como for
Aqui na Terra de Bandeirantes com sangue e lágrimas carregamos a nossa dolorosa cruz, de PROFESSOR...

-0-

(Poema da Série “Samparaguai da Força Que Destrói Coisas Belas" – Poemas e Sofrências da Escola Pública, Livro Inédito do Autor)

(*)- Professor de escola pública no estado de SP, o estado mais rico da nação, ganha trinta por cento a menos do que o professor da educação pública do Piauí, o estado mais pobre do Brasil...

Poeta Professor Silas Correa Leite – Origem: Santa Itararé das Artes, Sul de São Paulo, Trabalha e mora em SP, Vila Sonia, Butantã, SP

E-mail: poesilas@terra.com.br

-Teórico e Especialista da Educação (Mackenzie), Coordenador de Pesquisas em Culturas Juvenis (FAPESP/USP), Diplomado Conselheiro em Direitos Humanos (ECA/USP), Jornalista Comunitário, Prêmio Lygia Fagundes Telles Para Professor Escritor, autor de vários livros, ganhou inúmeros prêmios, consta em mais cem antologias literárias em verso e prosa, inclusive no exterior, colabora em mais de quinhentos sites. Site premiado do UOL: www.portas-lapsos.zip.net

terça-feira, 12 de abril de 2011

CANTOS DO MEU CORAÇÃO, Poemas de Daisaku Ikeda




I - Canto da Construção
( Trechos)

Ah! Surge o sol, resplendor
sobre o começo de uma vida nova.
Construtores, combatentes,
já chegam. Vamos cantar
um canto de construção.
Vêm nuvens de sete cores,
toca o sino da manhã.

(...)

A base,
fazer a base bem funda,
e ainda mais funda
para que o fogo sagrado
de tantos kalpas vindouros
possa se elevar em esplendor.

(...)

Olha para a corrente do passado:
as águas de Babilônia
já faz tempo secaram.
A lua se deita sobre a Grécia,
ilumina as ruínas do Egito e de Roma.


O sagrado Ganges mais uma vez enlameado,
as muralhas da China transformadas

(...)

Destruição – uma questão de instantes.
Construção – uma luta de morte.
Inércia é treva, esperança é luz,
recuo é morte, avanço é vida.

(...)

Mas agora, quando o mundo estremece
com a destruição impiedosa,
esta construção não dá lugar a ilusões:
é construir com firmeza
para o bem das multidões.
Quando alguém revela a própria torre,
outro logo levanta
a sua torre também.

Com simpatia e perseverança,
almas bem-dotadas lutam
com gloriosa determinação,
nunca enfrentadas
no passado e no futuro
- jamais o convite à ação soou tão claro.

(...)

Amigos construtores,
Vivemos para a nossa missão.


Bravos construtores,
levem as tochas proféticas.
Na frente, as tochas acesas,
levantadas para o céu.


II - Sons da Inovação
(Trechos)


Se o apelo de um homem de saber sagrado é
verdadeiro
- como uma onda dá origem
a dez mil outras ondas –
no peito de cada um
dos três e meio bilhões de seres
o som desse chamado há de ter eco.
Um chamado da verdade
da sabedoria sagrada:
pode parecer que se apaga
na vastidão celestial
- como as ondas que se espalham
na superfície do mar.
Mas não se extingue, transforma-se
em eco que desperta outros ecos
que afinal se reúnem
em esplêndida sinfonia.

(...)

Sobre as nossas cabeças
o céu escuro deste fim de século.
Mas aqui refulge esplêndida
a tocha da vida.

No céu de sombras do nosso mundo,
com suas rajadas de frio,
os únicos faróis que jorram luz
são acesos pelos nossos encontros noturnos.

(...)

O rumor do pulso da inovação
no céu noturno do fim do século,
suave clama pelo amanhecer:
“Quando a treva é mais profunda,
a alvorada está mais perto.”

(...)

Diálogo vivo:
com o diálogo entre força viva e força viva,
os poderes do passado se esfumam,
valores consagrados se revertem.
É quando começa o renascer das massas.
Inovação é renascer.
Renascimento é força vital em plenitude.

(...)

Homens lutam desesperados
Para voltar a ser homens.
...

Esforços de homens,
a busca da força vital:
quando alcançam o ponto mais extremo,
eleva-se o grito da santa sabedoria.
Como um simples som põe em movimento
ondas sonoras,
esse grito que se ouve há setecentos anos
já floresceu em milhões de renascimentos.

(...)

Começou a abertura,
a sinfonia do poder da vida
que antes jamais se ouviu.
Bate, estronda o tambor da paixão,
ouvem-se as flautas da sabedoria,
soam as cordas da inteligência.

Que seus esplêndidos sons
se espalhem e alcancem
os confins do céu e da terra.
Ah! Meus companheiros,
amigos da inovação.

Montemos cavalos brancos,
galopemos ligeiros
para chegar onde estes sons se ouvem mais
alto.
Vamos construir faróis possantes
Entregando sua permanente luz,
enfeitando o Japão com suas fileiras de ilhas,
dando a vida nova para o destino de cada um
dos três e meio bilhões de seres humanos.


DAISAKU IKEDA in Cantos do Meu Coração

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Fernando Milcores de Itararé


FERNANDO MILCORES MENDES, BOÊMIO DE ITARARÉ, IN MEMORIAM