sábado, 30 de janeiro de 2010

Definição de Poeta - Silas Correa Leite




POETAS (Primeiro Rascunho, Silas Correa Leite)


- Poeta não se alimenta, degusta o charme de tons, timbres e paladares.- Poeta não cheira, estimula os bulbos olfativos a se alimentarem da luz sagracial da vida.- Poeta não toca, enlua-se naquilo que colhe com o olhar ou a alma elevada no toque do entorno presencial do espírito elevado.- Poeta não tem depressão, tem disfunção no hipotálamo até saciar-se de luz divinal, muito além do ser de si.- Poeta não respira, quebra carboidratos até nutrir-se da essência espiritual do cosmos.- Poeta não elogia, descreve processos entre o côncavo e o convexo da dialética restauradora de diálogos existenciais.- Poeta não tem reflexos, tem mensagem neurotransmitida involuntária a partir de sua imantação no caos existencial.- Poeta não facilita discussões, catalisa substratos e os torna luz no letral, lírico, entre versos e prosas.- Poeta não transa, poeta ama com o sentido exato do verbo em todo o seu ápice orgástico.- Poeta não admite algo sem resposta, analisa o direito de existir dentro da ótica ética do princípio do contraditório e vibra do diálogo entre extremos.- Poeta não fala, coordena vibrações nas cordas vocais, até que energiza o seu lado sentidor e esplende-se para dizer no som do silêncio o que a alma fala.- Poeta não pensa, faz sinapses, depois veicula, soma, aliás, poeta pensa antes de pensar. Periga ver.- Poeta não toma susto, recebe resposta exótica incoerente depois se assoma e, dizendo a que veio, cria, daí nascendo o vulcão no reino das palavras.- Poeta não chora, produz secreções lacrimais. Aliás, a bem dizer, poeta faz preces e chora quando escreve. Antena de seu tempo, e das amarguras de seu tempo, registra-se.- Poeta não espera retorno de chamadas, pede socorro escondido na sua solidão estúdio, mas sabe que Há um Deus.- Poeta não perde energia, gasta ATP, sua mente não admite GPS mas, cada lado b da existencialização é uma viagem para muito além do sol.- Poeta não divide, faz meiose, aliás, todo poeta é humanista pela própria natureza, daí porque toda espécie humana é sua familia.- Poeta não beija, permuta microorganismos, dá-se e si, pois toda troca é piramidal muito além do conscêncial artístico.- Poeta não falece, tem morte histológica. Aliás, poeta quando morre, vira estrela. Aliás, a morte é a melhor amiga do poeta. Já pensou?- Poeta não se apaixona, sofre reações químicas, entrega-se e, alma-nau, toda paixão impossível leva-o ao sucidio ou a aprimorar a faca cega de sua arte-criação.


- Silas Correa Leite – E-mail: poesilas@terra.com.br