sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Poema do Circo Mandorová





Circo Mandorová




“Quando eu era pequena

Queria ir embora com os circos que passavam

Hoje, ainda o mesmo, mas piorado

Quero ir embora com qualquer coisa

Que venha de longe e tenha gosto de circo.


(Jeane Hanauer)


Quando eu era pequeno me assustavam

Que o homem-pássaro do circo me roubaria

E me venderia para ser menino-carvoeiro


Eu ouvia os risos do Circo Mandorová

Ouvia os aplausos do Circo Pasárgada

E ficava cismando um reino encantado


O palhaço que pintava lá em Itararé

Era bem risador e ladrão de mulher

Quando eu cheirava cueiros e estrelas


Cresci e fui vendedor de capilé nas ruas

O meu circo foi de lágrimas e tristices

Meu coração sonhava uma Shangri-lá


Hoje que sou um quase velho-menino

Tenho um Circo Mandorová em mim

A infância e a dor numa lona em polaroid


-0-Silas Correa Leite


E-mail: poesilas@terra.com.br

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