sexta-feira, 31 de julho de 2009

SALVE O MUNDO - Poema de Silas Correa Leite

Foto Moacyr Medeiros Alves, Praça Euclices Figueiredo, Santa Itararé das Letras-SP



SALVE O MUNDO



Para a Amiguermã Educadora Iluminada Maria Rita Açucena


Salvar o Mundo é sentir a dor do outro
Se colocar no lugar existencial dele
Colocar a pele da alma, uma luz maior
Vivenciar um sentido ético-plural-comunitário de vida
Todos por um; amor ao próximo, companheirismo e fé na luta

Salve o mundo: você é parte da embarcação
Você é parte dele, um elo na corrente
Parte consciente da Humanidade
A espécie humana regojiza com esse empreendimento
Quando você assume a sua parte nesta grande viagem de existir

Salvar o mundo é compartilhar assim
Amor e dor, pão e pétala, abraços
Amparar o excluído, sendo um Sentidor
A dor do outro; dando a sua cota de humanismo porque
Somos todos passageiros da enorme barriga desta Terra-Mãe

Salve o mundo, salve além de sua parte
Um por todos, dê testemunho assim
Abrace causas, seja aquele que age
Muitos são chamados e poucos escolhidos, você pode ser a saída
Aquele que está no coração da inteligência como esperança da vida

Silas Correa Leite, Augusta Sampa, Nave 2009
Poema da Série “Éramos Todos Blues”
E-mnail: poesilas@terra.com.br
Blogue: www.portas-lapsos.zip.net

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Tudo o Que Você NÃO Queria Saber Sobre Sexo




Tudo o que Você Não Queria Saber Sobre Sexo
(Pensagens, Prosopopéias, Panurgismos e Bravatas)


Silas Correa Leite (*)


Viado é alguém que descasca uma laranja com o cabo do facão

Lésbica é alguém que quer descascar uma laranja com outra laranja

Suruba é quando todos as laranjas querem participar da mesma laranjada

Sexo virtual é quando a laranja quer se o liquidificador

Campo de nudismo é um laranjal dar laranjas já descascadas

Corno é um laranja que sem saber faz limonada sem açúcar

Masturbação é laranja querendo ser cenoura

Alma gêmea é a metade da laranja encontrando outra laranja para juntar os bagaços e fazer um sucuzinho

Hermafrodita é uma laranja sortida querendo ser sal de fruta

Racismo sexual é quando a laranja não quer fazer parte da feijoada

Frase predileta da laranja: Zeus ajuda quem cedo masturba

Dança da garrafa é quando a laranja quer ser fanta uva de dentro pra fora, ou de fora pra dentro, dependendo da ótica de quem; da laranja ou do refrigerante

Frutinha pra laranja é jabuticaba branca engomadinha

Metáfora pra laranja é quando erra o corpo e acerta na ferradura

Laranja sem sorte é útero seco

A casca é a camisinha da laranja

Assexuado é laranja que já deu goiaba

Siliconar é querer colocar zíper na laranja

Prótese peniana é canudinho banda larga de laranja murcha

Virgindade é laranja no pé que ainda não foi chupada

Corrupto neoliberal laranja é aquele que goza com a árvore do outro

Se laranja fosse Poema escrever seria canja

Travesti é picolé de laranja artificial

Transformista é laranja querendo ser Chuchu para agradar a gregos e bahianos

Bordel é feira onde as laranjas se oferecem para os hortiputegranjeiros

Pra laranja o buraco da fechadura é mais embaixo

Mal resolvido sexualmente é laranja querendo ser caroço de manga

Laranjas que não cobram o preço viram rapadura

Laranjas eróticas não fazem fotossíntese: fazem nus artísticos

Laranja e hambúrguer. É como querer 69 com uma mão nas costas

A cor da laranja não é uma cor: é fruta-cor

Calcinha cor de laranja: ou está dentro ou está fora

Atleta sexual é laranja fazendo pose de marrom-glacê em alto relevo


Deus criou Adão e Eva, mas a primeira metáfora para a laranja sexual foi a maçã

Do outro lado da laranja tem faca de dois legumes: tomates e cenoura

Opção sexual é quando a laranja pode ser tubaina ou crush

Camisa de vênus é o guarda-frentes da laranja em área de lazer

Laranja sem descendente é aquela que não tem herdeiros por não exercitar a zona de fricção

As melhores laranjas do mundo estão no Brasil. Por isso o maior índice de AIDS

Ainda não inventaram som para orgasmo de laranja

Todas as laranjas são iguais. Quem se serve delas é que difere pelos gomos

Ainda não inventaram cerveja de laranja: Aí seria unir o útero ao agradável

Nádegas são duas metades da mesma laranja: A diferença é o que se vai fazer com elas

Disfunção estéril é a laranja murcha e sem sabor de utilização

Histeria é quando a laranja quer invadir a zona do agrião

Útero seco é quando a laranja virou bagaço sem sequer ter dado sumo

Esterilidade é laranja que perdeu a fusão no relê dos ovos

Estupro é laranja que sofreu violência íntima de banana

Sexo oral é laranja querendo ser fatiada pra consumo

Liberação sexual é laranja de beira de estrada com bicho de pé

Pêlo púbico é laranja mostrando o local do supra sumo

Laranja com imaginação sexual fértil é aquela que acredita que é fruta-pão

Laranja mecânica é transar com deficiente físico com aparelho

Abaixo a laranja. Em cima o umbigo

Os seios se parecem com laranjas porque estão de fato no prumo do anticlímax

Cemitérios de laranjas: os sucos nunca esquentam

Sexo de laranja na terceira idade: palavras cruzadas

Hitler era um laranja que achava que era mandioca-vassourinha

FHC era um melancia disfarçado entre laranjas podres

Vinho de laranja é pecado capital: azeda fácil

Meio sexo é quando metade da laranja pensa que é sonho de valsa

Toda laranja quer ser sifão: estar entre o antes, o durante e o depois

Prostituta é laranja que roda mas faz

Sodoma e Gomorra foi um monte de laranja se dando uns aos outros pra valer

Fimose de laranja são cascas sobrando como pelancas em gomos frágeis

Algumas laranjas vaidosas pensam que são tutti-fruti

Laranjas são como mulheres decaídas: dão em qualquer lugar

Laranjas devem ter flores, perfumes, e ainda gerar sementes da espécie

Laranjas fundidas, jamais serão vencidas

Tudo é laranja: por isso algumas relações são azedas

Algumas mulheres pensam que são laranjas. Alguns homens pensam que são laranjas. No final, somos todos frutas

A laranja fica. A uva passa.

Flores de laranjeiras são metidas a sebo. Querem ser véus de noivas ou buquês

Tesão é quando as laranjas botam o carnegão pra fora e atraem perolas aos píncaros e píncaras sonhadores da glória

Laranjas ególatras não mentes: sementem

Laranjas não riem umas das outras. Têm culpa nos cartórios das citricidades em comum

Algumas árvores dão bons frutos: são da igreja universal do reino das laranjas

Laranjas estragadas não vão às escolas: vãos aos assentos privados

Se os laranjas se dessem as mãos no Brasil, não teriam tempo para assaltar fazendas públicas

Nunca houve uma guerra mundial de laranjas. As aparências enganam as aparências

Em nenhum lugar da Bíblia as laranjas são citadas. Só tâmaras, uvas, maçãs. O buraco da laranja é mais embaixo?

Uma laranja terapeuta dizendo para uma outra: -Não errei a vida toda para acertar. Mas errei a vida toda para me frutificar.

O maior defeito da laranja é parecer que é o que realmente é

Nu frontal é quando a laranja quer aparecer mais do que a floresta toda

Para acabar com a carência, nada melhor do que vitamina C, ferro, laranja e, calço!

Laranja na lua-de-mel é o que se chama de abundância

Laranjas quando vão à igreja, ficam por baixo no genuflexório

Autistas são laranjas que azedaram a polenta da vida

Amantes são laranjas querendo espremedores de frutas a prova de choques pan-sexuais

Laranjas galinhas são aqueles que querem sempre experiência nova e variar o cardápio

Laranjas em pic-nics; devem levar sempre camisinhas de vários tamanhos

Laranjas também ficam doentes: parasitas e fungos

Vaidades são laranjas querendo luxo-fusco

Pedofilia é laranja querendo ser limão em fruteira errada

Laranja suicida burra é aquela que quer se enforcar com uma faca

Laranja marxista é aquela que sonha em tirar o gás de pum da Coca Cola

Laranja em campo de nudismo: quer tirar a casca, não para ser usada, mas para mostrar os gomos

FHC, Laranja ególatra que pensa que é fruto do mar mas é fruto do mal

Maluf: laranja com conta no paraíso tropical além dos imbecis que o elegem

Trocadilho poético com laranja: Lar and Jazz

Laranjas inteligentes uni-vos: os abacaxis reinam


-0-

Textículo da Série; HUMOR É O MELHOR REMÉDIO – Primeiro Rascunho (Primeira Versão)

(*)Silas Corrêa Leite – Santa Itararé das Artes, São Paulo
E-mail:
poesilas@terra.com.br
Blogue premiado do UOL: www.campodetrigocomcorvos.zip.net

Autor de “O HOMEM QUE VIROU CERVEJA”, Crônicas Hilárias de um Poeta Boêmio, Giz Editorial, no prelo, Prêmio Valdeck Almeida de Jesus, Salvador, Bahia, 2009

domingo, 26 de julho de 2009

Itarareense Grava Provocações da TV Cultura




Itarareense Grava Programa “Provocações” da TV Cultura


Dia 25 de julho, sábado passado, no estúdio da Água Branca, em SP, o Escritor Itarareense, Silas Correa Leite, gravou apresentação no Programa “Provocações” da TV Cultura, Fundação Paulo Anchieta, do famoso dramaturgo e diretor teatral, Antonio Abujamra. Abujamra indagou de nosso conterrâneo, entre outras coisas, sobre o e-book de sucesso O RINOCERONTE DE CLARICE (free no site
www.itarare.com.br e tese de doutorado na UFAL por ser pioneiro e de vanguarda) de suas influências, de seus mestres e mesmo de seu processo de criação, entre outras perguntas sempre polêmicas. O Programa deve ir ao ar em um mês, já que no mesmo dia o apresentador gravou outras edições. A produção do programa ficou de entrar em contato conosco para avisar, de preferência uma semana antes, da data exata em que a gravação será finalmente apresentada. O programa regularmente é divulgado às 22,00 horas de toda sexta-feira, reprisado depois da quarta pra quinta, às 2 da madrugada. O leitor do Jornal “O Guarani” que historicamente faz escola abrindo espaço para cabeças pensantes de Itararé, onde o Silas começou a escrever aos 16 anos, em 1968, deve ficar atento para não perder a entrevista. Silas, claro, fala de seus sonhos, de sua produção lítero-cultural, de Itararé que ele adora tanto e a promove em verso e prosa. (Do Correspondente)

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Indiferença, Letra de Rock, Silas Correa Leite





Letra de Rock

INDIFERENÇA

1
Ninguém quer saber a minha dor
Nem saber a amargura que estou passando
A minha solidão
A minha angustia
Ninguém quer saber, ninguém compreende

(Refrão)
Mas quando eu canto ou escrevo
Ficam todos assustados
Acham que eu sou louco
É melhor julgar do que pensar
O desconhecimento aumenta a falta de sensibilidade (BIS)

2
E quando eu for um vencedor
E quando eu chegar lá o que dirão
Foi o louco que deu certo
Teve sorte na vida
Ninguém quererá saber a história real
.............................................................

E se eu me perder de mim?
E se eu ficar louco realmente?
Minhas feridas, meus poemas
Minhas músicas eu canto mentalmente
Pois silencio sobre a insensibilidade das pessoas

Quem nos salvará de nós/
Até quando a indiferença?
E quando eu chegar lá
Quem estará vivo e limpo e digno, para me abraçar
E pedir perdão?

-0-

Silas Correa Leite
www.portas-lapsos.zip.net
E-mail: poesilas@terra.com.br

domingo, 5 de julho de 2009

Homenagem ao Poeta Rodrigo de Souza Leão, In Memoriam




Para Onde Vão os Poetas Quando Morrem Cedo

Para Rodrigo de Souza Leão, In Memoriam

“Começar o escrever era descrever/
Descrever era desmanchar o que está escrito/
O que estava à vista parado/
No pensamento, no jardim/
E reescrever, de outra forma/
Em outra fôrma/
O novo curso e rasgo./
Escrever é desespera e espera...”/

Armando Freitas Filho
In, Lar, Poemas, Companhia das Letras



Para onde vão os poetas quando morrem jovens?
Para uma Terra do Nunca muito além de Pasárgada?
Para uma Shangri-lá das esferas letrais
Um desmundo na órbita das sensibilidades apuradas?
Para uma cidade fantasmas de sígnicos humanos
Em que há uma toda nova preparação para um revisitar-se?

Para onde vão os poetas quando morrem cedo?
O que é cedo ou tarde para o macadame das almas literais
E o espírito dos atribulados no caos telúrico
Entre o esquizofrêmito de criar um novo céu e uma nova guelra
Porque a insatisfação generalizada reina e viça
Nas infovias efêmeras que disparam solidões em concreto
Tirando impurezas do teclado e rangendo o rancor além da rede?

Para onde vão os poetas quando piram letras
Ferindo-se para escreverem com sangue dívidas e dúvidas
Muito além das cantagonias urbanas e das saciedades liriais
Quando tudo é só um grito de horror e os sonhadores sofrem
Como zumbis numa sociedade bizarra de bezerros com chips
Mais os sem-nome, sem-terra, sem-teto, sem saída, sem amor?

Para onde vão os poetas que se escrevem em dolorosos banzos-blues
E disparam torpedos de uma geração-teflon entre placas-mães
Tentando recuperar estimas que são lágrimas a seco
Num Brasil Sociedade Anônima em que a cultura é nicho
De neomalditos, de excluidos da mídia, de sonhadores sem grife?
Porque escrever é resistir; é dar forma a uma não-formalidade
Como se cada um gritasse seu grito individual, solitário, feito um indigente
Que procurasse pólvora na poesia, fósforo na fé, carbono nas tintas íntimas
Tentando refazer o próprio mundo muito além das placas de captura
E onde a própria realização é morrer para dar-se a ouvir como um eco num abismo?

...............................................................................................................

Para onde vão os poetas quando jovens e quando e morrem cedo?
Talvez um silêncio explique a perda, o vazio, a dor de existir
Entre regras falsas, deturpações sociais, tristes vazios culturais
Porque a morte é um protesto, uma fuga, o mais triste poema que existe
E sendo a saudade a mais pura forma de amor que resiste também é
Um grito contra as dilacerações transformadas em linguagens contra a própria indiferença...

-0-

Silas Correa Leite, Itararé-SP
E-mail:
poesilas@terra.com.br
www.portas-lapsos.zip.net
Autor de O HOMEM QUE VIROU CERVEJA, Crônicas, no prelo, Giz Editorial, SP