segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Suicidio - Carta A Um Jovem Poeta Perturbado




Suicídio (Poema Para Um Jovem Poeta Perturbado)

Quem pensa em se matar
Tem craca no ego

Ditado Impopular em Itararé


Suicídio é para quem pode
Não exatamente para quem quer
Ficou nervoso? Tome um toddy
Ou largue a perua da mulher

Suicídio é pra quem não pensa
Ou pra quem quer treva branca de holofote
A morte pode ser a pior desavença
Ou o inferno inteirinho como dote

Suicídio é coisa para artista
Traído; poeta, músico depressivo, cantor
Acaba o sonho altruísta
Fica a faca cega no limbo da dor

Suicídio na verdade é coisa pra mané
Não é para revolucionário ou maldito
Vá pescar, volte pra terra-mãe Itararé
O zero íntimo de um particular infinito

Suicídio é coisa de tipo caipora
Realmente se matar não tem nada a ver
Você apaga a luz a vai embora
Não fica pra ver o final do fim acontecer

Suicídio é neura; é mesmo um pé no sacro
É coisa para frustrado que usa ferradura
No fundo do problema há um outro buraco
A vida em altos e baixos é uma aventura

Por isso, caro poeta, pense alto, nada de se matar
Não morra por quem não morre por você

Tome uma cerveja. Arrume uma pessoa para amar
Leia um livro. A morte foge de quem lê...
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Silas Correa Leite – Santa Itararé das Letras
E-mail:
poesilas@terra.cm.br
Blogue: www.portas-lapsos.zip.net

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