Circo Mandorová
“Quando eu era pequena
Queria ir embora com os circos que passavam
Hoje, ainda o mesmo, mas piorado
Quero ir embora com qualquer coisa
Que venha de longe e tenha gosto de circo.
(Jeane Hanauer)
Quando eu era pequeno me assustavam
Que o homem-pássaro do circo me roubaria
E me venderia para ser menino-carvoeiro
Eu ouvia os risos do Circo Mandorová
Ouvia os aplausos do Circo Pasárgada
E ficava cismando um reino encantado
O palhaço que pintava lá em Itararé
Era bem risador e ladrão de mulher
Quando eu cheirava cueiros e estrelas
Cresci e fui vendedor de capilé nas ruas
O meu circo foi de lágrimas e tristices
Meu coração sonhava uma Shangri-lá
Hoje que sou um quase velho-menino
Tenho um Circo Mandorová em mim
A infância e a dor numa lona em polaroid
-0-Silas Correa Leite
E-mail: poesilas@terra.com.br
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