domingo, 30 de agosto de 2009

Belo Romance de Whisner Fraga, Espirais de Outubro




Pequena Resenha Crítica

Fragrâncias e Ordenhas Historiais em “As Espirais de Outubro”, Romance de Whisner Fraga

“Mas não se preocupe, meu amigo/
Com os horrores que eu lhe digo/
A vida realmente é diferente/
Ao vivo é muito pior...”

Belchior

Aila, personagem principal narradora-memorialista do romance “As Espirais de Outubro”, ora no passado, ora no presente, ora no futural (o Nobel de Literatura brasileiro), ora um sem tempo ou tempo nenhum, o que dizer dela? Implicações, reinações, florações. Respigando. Paradoxos, ossos e ócios do oficio de ler-ser-escrever-ter-se (tecer-se). Brilhante romance como se fosse escrito a ferro e afago; escrito como uma espátula impressionista a arrancar fios, recalques, tiras, simulações, descaminhos, espirais – da vida-obra-livro: Aila ela mesma no fim do seu íntimo outonal.

Tantos personagens-páginas vão e voltam, estão e soam, dizem, costuram elementos-paisagens e assim compõem a estrutura narrativa do belo romance do Whisner Fraga, já autor de Coreografia dos Danados (Edições Galo Branco 2002), e A Cidade Devolvida (7 Letras, 2005). A intimidade devassada pela velha escritora em um apartamento no bairro do Botafogo, Rio de Janeiro. O nome do bairro já alude a um rasgo de incêndios revisitados pela ótica da narradora-personagem querendo assim alumiar resquícios de vida louca, personagem de si mesma em agonia a esperar um fim, sem ter se dado um fim em si mesmo, preferindo prolongar a agonia de viver no que escreve, mesmo negando isso. Nas reminiscências ficando a sua espécie assim de continuação... Como se ordenhasse as ovelhas das memórias recapituladas em prosa poética, mas com estilo, qualificação, ora desbunde, ora rancor, sempre o que foi (tem sido) naquilo que agora expropria entre erranças associadas, heranças historiais e inventários de si mesma no camarim das horas e honras indispostas. Penumbras.

A melhor obra é quando o próprio autor morre no final? Mortos acompanham a obra de Aila/Whisner. Um cortejo de palavras, tristices, corpos, danações. Fantasmas pontuando parágrafos como se querendo compor lidas adjacentes, a colocarem pingos em dáblios, não em is. O apartamento. A cidade. Tudo ali, vida em viço, o inicio, a composição de, depois o estado decrépito, erros e acertos, fragrâncias e decomposições. O câncer, o Nobel, o diário-romance (reinventando a vida em declínio?), lembrando aqui e ali Clarice Lispector, ora Hilda Hist, ora Lygia Fagundes Telles, mas sempre ele mesmo Whisner com talento e maestria levando a correção do livro e à corrosão de uma vida-personagem enlivrada. O diabo mora nos desfechos? Mergulhos em maldições. A coitada da vez tendo voz-escrita. Não tem como não se encantar com Aila. A mulher carregando a violência, quase incapaz de domá-la, no entanto com trejeitos peculiares costurando-a nas contações, domando, por fim, a ordenha de momentos, fragmentos, destilos, despojos, jorros narrativos da feia e fera se entregando de mão beijada. Tem um toque poético e um jeito que cutuca um enfoque meio Nelson Rodrigues em certas paragens-interpretações do sentimento ledor, da existência-monstro-poderoso com brincadeiras e perversidades. Ai de ti Botafogo!

A espera pela morte, da morte. Familiares reduzidos a momentos e sentenças. Amigos catados de escombros, e ainda assim dando alguns suportes afetivos. Personagens-relações transfigurados, compondo o cenário de amor, dor e de horror com reticências. Será o impossível? O ar abafadiço estaciona na memória requentada. Os vazios da rotina. O livro-filho-continuação. Presenças e ausências ressentidas. Janelas da alma no quarador de tantas implicações, alguma de fundo falso. Lugares fechados, sombrios. Pés enxofrados das palavras-libertações. O mesmo lugar, lugar nenhum, qualquer lugar em si mesmo.

Você, na correria estúpida da vida in Sampa também embrutecida, quer ler o livro do Whisner Fraga de supetão, não consegue. É corrompido a ler como um desgaste de ferrugens da alma da Aila, é levado a parar, truncar, ir e voltar, rever, como se arrancasse suas próprias espirais e tivesse que adentrar àquele mundo criado lento, devagar, aos poucos, na prosa poética que seduz, cativa, aponta dedos em faces que ora chegam, ora saem, entrecortando parágrafos como se tudo fosse uma balburdia literal de acasos, ocasos e pertencimentos querendo ser avaliados, feito desespelhos. Memórias sangram palavras. Não é fácil procurar culpados, pior, achá-los. Não se podendo parir um filho, poder parir um livro, não deixando um legado de horror-filho mas um legado de reconciliação-livro. Escrever continua sendo mais fácil do quem existir.

O pai, a mãe, Augusto, Catarina, Karina, Adriano, Fabrícia, todos (presenças arrebanhadas), a cara e a corrosão da autora-Aila em parecenças. Iguais diferentes? Cada um com sua cruz-crusoé, ilha-alheamento. Nós. Suicídio, indiferença, a faca da linguagem cegando, instantes-trevas. Vaidades antigas, corpo em desalinho, embriagações em memórias talvez inventadas. O ser-não-ser? Clandestinos amores, ecos, zelos, não há lógica na mortevida, no destino, apenas capitulações, vestígios de ausências, exercícios de perdas. A morte sendo preparada em livro. A freira, o homossexual, a vida boêmia, o Rio de Janeiro continua límpido. Entre sombras amealhando curtumes. O diário-monólogo, o último ato antes de. Qualquer coisa. Espirais. Maldições e coitados tendo voz. Por eles, por Aila mesmo, em recomposições a espera do final que certamente virá. Melancolia. Sentimento de esterilidade frente ao que passou, se passou (se passou?), foi, está, virá, é cruz-destino. A campainha. O telefone. A vida-fera e o recolhimento antes do último suspiro. Veias de comunicações in-terrompidas...

“...a cidade decadente, cinza, com suas baías comprometidas, fétidas, os rios acuados no meio de uma civilização agressiva, o mal que fizemos escancara-se por todos os lados” (Pg 36). Os poros da Aila ela mesma essa cidade que narra. Não pode sair de si, mas pode expandir-se no que corajosa destila, escreve, nomeia, delata, conta, romanceia na metalingüística de escrever sobre o que descreve. O desmanche de coisas que não quer que migrem para o vazio. Escrever é ficar de alguma maneira entre rascunhos e escritas-momentos?.

Carcaças agônicas preenchendo vazios. Não ser esperada e não esperar. Muito triste. Escreve para se ter consigo mesma. Ah o self.

“A morte se aproxima e polvilha sobre a minha cabeça todas as faltas arrebanhadas, exige um balanço final ou um prelúdio para o encontro fatal, quando me cobrarão erros” (Pg 52). A longevidade desastrosa, as situações obsessivas, conflitos, filtros de. Um romance sobre a escrita dele. Memórias vasculhadas. Rascunhos e originais. A preparação para o desfecho bendito/maldito. Os loucos são especiais pra Deus? Há um Deus? Viver é a qualquer custo? Sobreviver tem um preço, dói desatinadamente. E re-eescrever o subViver, feito mesmo assim um escreViver? Prazer Prozac de viver? A consciência do Zero.

“Essa palavra tão banalizada, nada pode acrescentar à história que não seja dúvida” (PG 108). Nomeações que seriam (foram) imprudentes. Pondo o dedo com indisfarçável rancor (negado) em feridas revisitadas. Consciência pesada e vaidade leve. O querer não querendo. O desdizer. O negar afirmando. Contundências. O desgosto de lembrar, pior, ter que lembrar para auditar (auditar?) o que foi real e o que deveria ter sido, poderia ter sido, só o é no que nomina sob disfarces e a expectativa do fim, no camarim da vida se extinguindo...

“Como explicar ao filho o mecanismo do patinete? A escolha do galho da goiabeira mais propício à construção do estilingue(...)” (Pg 122). O futuro na morte resgatando a obra que ficou... O filho que não teve (drumondeando) e fez-se livro?

Um Dia, pré-final: romance misturando descrições e evocações, imaginário e aventuroso, contradições, o alterego, licenças poéticas, tudo tirado do mesmo final. Feliz ou infeliz? Ler pra saber. Isso fica com a sensibilidade atiçada do leitor no envolvimento, ele também um reinventor do que lê, pelo que pensa, sente, aquilata, do que tem de bagagem e gosto por leituras de peso. O romance As Espirais de Outubro é sim, um clássico. Um esgotamento de sensibilidade depois das páginas-lágrimas, vidas-personagens, verdadeiros espirais do talento e da sensibilidade do Whisner Fraga, num trabalho também de edição de belíssima qualidade sob a Coordenação Editorial do Valentim Facioli. Leia e sofra. Leia e viva. Leia e grude. Leia e curta. Leia e sinta por você mesmo. Leia e deguste o final do romance que na verdade não se enquadra assim a priori em estilo nenhum, é um trabalho literário mágico falando das incongruências da vida levada a reboque. Dor e agonia. Criação e criatura. Ah que bom que, assim como o passado tem asas, o escritor tem uma linguagem edificante, toda própria. O fazer falando do fazer. Todo bom escritor é isso: esperar que o leitor de alguma forma e por um seu motivo também morra no final. Saí mais leve dessa leitura-vida-e-morte. Em algum lugar do passado, em algum lugar do presente, aqui no livro-lugar do futuro. Ah as espirais do tempo-rei...
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Silas Correa Leite – Escritor, Jornalista Comunitário, Teórico da Educação, Conselheiro em Direitos Humanos, pós-graduado em Arte e Literatura na Comunicação (ECA/USP) - E-mail:
poesilas@terra.com.br Blogue: www.portas-lapsos.zip.net Autor de “Campo de Trigo Com Corvos”, Contos, Editora Design, finalista do Prêmio Telecom, Portugal, à venda no site www.livrariacultura.com.br

sábado, 29 de agosto de 2009

Sabat Improviso, Poema de Silas Correa Leite



Sabat Improviso (Poeminho)


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Grandes amigos não caem do céu

É preciso amá-los

Guardá-los no coração com um véu

De sais e sândalos

Porque quando a vida tirar o véu

E virem buscá-los...

Serão arquivos na placa mãe ao léu

Até os re-encontrarmos


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Silas (Sabat Improviso)

Poemínimo da Série

Desvairados Inutensílios

(Fala Que Eu Te Expludo)

Escritor Premiado Entrevistado No Canal Universitário






Escritor Premiado é Entrevistado no Programa “Imprensa Em Debate”


Alguns dias após ser entrevistado pelo Antonio Abujamra, no Programa Provocações, da TV Cultura de São Paulo, cuja edição irá ao ar no próximo dia 11 de setembro às 22 horas, o escritor premiado em verso e prosa, Silas Correa Leite, jornalista comunitário, teórico da educação e conselheiro em Direitos Humanos (com especialização em Literatura e Arte na Comunicação pela USP), tachado pelo site Capitu de “O Neomaldito da Web” – publicado atualmente em quase 500 sites - foi agora entrevistado dia 28 de agosto passado, pelo Programa Imprensa em Debate, Canal Universitário de São Paulo. A gravação ocorreu nos estúdios do Curso de Jornalismo da Universidade São Judas Tadeu, na Mooca, zona leste de capital paulista, cuja temática foi Jornalismo Cultural. O programa do escritor de Itararé-SP ainda não tem data para ir ao ar. Silas, que já tinha sido entrevistado pela Márcia Peltier, no Jornal da Noite, Rede Bandeirantes de Televisão, pelo Metrópolis da TV Cultura de São Paulo, e pelo Programa Na Berlinda, Rede 21, tv a cabo, mais uma vez é chamado para opinar, falar de seu trabalho lítero-cultural, que ganha rumo, vulto e nome na chamada literatura brasileira contemporânea, principalmente depois do sucesso de seu livro de Contos CAMPO DE TRIGO COM CORVOS, finalista do Prêmio Telecom, Portugal, e do e-book de sucesso, O RINOCERONTE DE CLARICE, que recentemente foi tese de doutorado pela UFAL, primeiro livro interativo da rede mundial de computadores.

(Da Redação)
Delmiro T. Latz - boalmanews
Delmirot@bol.com.br

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Sarney Agora é Sequela. Antes era Aliado do PSDB



REPASSANDO - A verdade por trás da Mídia Amoral da Oposição de Corruptos


Quando era Tucano o Sarney Era Preservado Pela Mídia Corrupta


Porque Dava Lucro Para Todos



Engraçado: Sarney, Collor, ACM e todo o PMDB e os escrotos do nefasto PSDB e do DEMO eram amigos e aliados em todos os tempos e governos. O PSDB adorava o Sarney, foi da panela. Podres poderes. O estilo Sarney cresceu nessa época. Agora é só reflexo e sequela. O PMDB sempre foi aliado de todo governo. O DEMO não tem moral histórica. Foi Arena, PDS, PFL e agora o cacareco do Demo que compõe uma Oposição de Corruptos e Ladrões, os Picaretas da Oposição, a pior da República. Sarney foi Presidente. Os tucanos falso-moralistas o adoravam. E ele era ainda pior naquela época. Só agora que o Sarney não serve mais? Estranho. Sarney e ACM rifaram canais de rádios e tevês entre amigos do alheio (leia-se PFL, PSDB, PMDB) e só agora descobriram que Sarney é o que é? Ué, mas que moral o PSDB, tem, por exemplo, para querer ser o que não é? Todos os acusadores são podres da dar dó. Não se salva unzinho. Ninguém presta. Sarney mesmo conhece os “benefícios” (as aspas são propositais) de quando no poder intermediou aos seus aliados bicudos de então. É só ele abrir a boca e os líderes tucanos fecham o bico, já que não nadam, não voam, não cantam, não governam. Sampa, falido pelo Pinóquio de Chuchu (e blindado pela mídia amoral e pela justiça com quem tem suspeita relação promíscua), ligados à FIESP e OAB com os benefícios das privatizações-roubos (cadê a grana devida?), não tem estatura moral para atacar Brasília. Podres falando de rasgados. Crimes públicos abundam em SP.

A Globo? Antro de escorpiões. Cresceu na ditadura sórdida, a própria aquisição inicial do atual monopólio é caso de processo federal pesado tramitando em tribunal superior, em Brasília. Sujeira das grossas. A Record do Bispo Edir Macedo tem mais moral do que o antro Roberto Martinho et catervas. Quem a Globo quer atacar agora, se lucrou muito com as gestões de Sarney e Collor. Já pensou? Pensar pode. Deve. A Folha de São Paulo? Vendeu assinaturas perpétuas. Depois que faturou alto, refugou. Crime feio. Recebeu ajuda do BNDS para não falir. BNDS via-FHC O Pai da Fome. Folha em decadência apóia o banana do Serra, para tudo ficar em casa, claro. O Estadão? O grupo Mesquita apoiou o golpe, quando o golpe virou contra a imprensa, deu uma de santo. Alegou censura. De novo? Não tem um estilo histórico de transparência e ética. A Revista Veja? Os Civitas foram expulsos da Argentina ou seriam presos. Imagine todo esse antro midiático agora, que teve grandes benefícios como amigos do alheio (amigos do Sarney) agora são do contra, cospem no prato que comeram, só que porque o Sarney como da ala norte-nordestina é aliado do Lula Light?. Ora, o Lula é falado no mundo inteiro, elogiado, famoso, o garoto-propaganda que vai vender o Brasil lá fora e sobe o PIB (O FHNistão, O Pai da Fome ia pegar medalhas e títulos pra ele, o país que se lascasse), é dez vezes melhor do que a Globo, Veja. Estadão, Folha, PSDB et DEMO. O grande orgulho nosso, é o Lula tem posto o PFL para correr, fora dos penicos que criou em Brasília, como aliados de FHC, Collor e Sarney...

Ué, o Sarney nunca foi flor que se cheire, só agora foi descoberto pelos picaretas de Brasília que agora estão na oposição? Suspeito. Se um PT com erros vale mil vezes melhor do que um PSDB com acertos, imagine o que há por trás disso. Globo versus Record. Quem ganha é a verdade, ou os podres se equivalem? Lula e PT versus oposição de ratos, porcos e hienas. Você vê a cara dos senadores atacando, e tem pena deles, Coiós com grifes. Sujos às pencas. Amorais. O Pedro Simón, coitado, decrépito, em fim de carreira, deveria era se preocupar como falso guardião moral de ocasião, com os podres tucano-liberais do Demo em Porto Alegre, com a incompetente e corrupta Yeda Cruz, com o antro de sujeiras camufladas dos Richa no Paraná, com o enriquecimento ilícito dos Jerissatis... Sobre isso ninguém faz e-mail, humor, piada, corrente, mobilizações? Ah tá, ser contra o Lula vale tudo... Mas, quem é mesmo contra o Lula? Nadas e ninguéns. E o Juca Chaves diz que os tucanos tem o discurso pronto para quando voltarem (vade retro!): -Viemos para devolver... Are baba.

O medo do Lula e o medo do PT cria monstros. De que lado você está. Você é um dos engabelados pela mídia? Você achava o Sarney santo décadas atrás. Onde você estava? Então antes você não falou nada? Foi conivente? Por que só agora?... Ah, já sei. Cabeça vazia oficina da mídia tucano-liberal do Demo.

Tudo posto as claras com vezo transparente e histórico, pouco se salva de lado a lado, mas o Sarney quando era tucano era adorado pela atual oposição de babaquaras. A falência do senado tem atestado ? Tucanos. Com aval de oposições de ocasião, do PPS, PSOL, ou seja: não salva ninguém... Será que o povo não saca que é um bando de manés historicamente apodrecendo o Senado, que agora posam de donos da verdade, da oposição de engravatados com poses ridículas? Pizza neles.
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Delmiro T. Latz
Professor Universitário
delmirot@bol.com.br

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Livro de Valdir Comegno A MAGIA DO RÁDIO


A MAGIA DO RÁDIO

Valdir Comegno

A Magia do Rádio, de Valdir Comegno, professor, historiador e estudioso de MPB, em formato 16,0 x 23,0 cm, em off-set, papel 75 g/m2, com 298 páginas de texto e ilustrações foi lançado pela Meireles Editorial em todo o Brasil na última semana do mês de junho de 2008. O livro focaliza todos os fatos e personalidades marcantes da história do rádio no Brasil, de sua implantação nos anos 20 até a década de 60 quando da difusão da televisão. Á história em foco começa com a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, fundada por Roquete Pinto e Henrique Morize, e que tinha por lema "trabalhar pela cultura dos que vivem em nossa terra. Nos anos 30 já tínhamos vinte e uma emissoras. O governo, então, regulamentou o funcionamento deste novo meio de comunicação, através do Decreto-lei no. 21.111, caracterizando sua finalidade educativa e a serviço dos interesses nacionais. Através do rádio, consagraram-se popularmente, nesta época, os nomes de Vicente Celestino, Araci Cortes, Francisco Alves, Sylvio Caldas, Orlando Silva, Sônia Carvalho, entre outros. Na década de 40, César Ladeira levava à loucura os ouvintes da Rádio Mayrink Veiga, ao anunciar o programa que comandava: A - e - i - o - uuuurrrcaaaa. Por sua vez, a Rádio Nacional recebia cerca de 30 mil cartas mensais de seus ouvintes. Através de programas de auditório, de radionovelas e de musicais, o rádio atingia o seu apogeu. Tornavam-se populares Carmen e Aurora Miranda, as irmãs Pagãs (Elvira e Resina), Almirante, Aracy de Almeida, Dick Farney, Odete Amaral e Renato Murce. E as revistas Carioca, Pranove, Vida Doméstica e O Cruzeiro aumentavam sua circulação com a biografia de cantores, locutores e radioatores em evidência. A década de 50 iniciou com o povo cantando Bota o Retrato do Velho, de Haroldo Lobo e Marino Pinto, uma sátira a Getúlio Vargas que retomava o poder. César de Alencar alegrava as tardes de sábado com seu famoso programa na Rádio Nacional onde Emilinha Borba era a “estrela maior”. Foram os anos dourados de Dalva de Oliveira que ''estourou” nas paradas de sucesso com “Que será”, “Tudo Acabado” e “Errei Sim”. Nora Ney também fazia sucesso no estilo "dor de cotovelo" que criou, cantando “Ninguém me Ama” e “Menino Grande”. Foi a época em que se destacaram estrelas como Linda e Dircinha Batista, Doris Monteiro, Angela Maria, Cauby Peixoto, Francisco Carlos e Ademilde Fonseca. A magia do rádio chegou ao fim nos anos 60, com a rígida censura imposta pelo Regime Militar, culminando com a intervenção na Rádio Nacional e com o fechamento da Rádio Mayrink Veiga. O livro “A Magia do Rádio” aguarda você, leitor sensível e nostálgico, relembrando os acontecimentos e nomes - com sua biografia básica -, relacionados à empolgante trajetória da radiodifusão no Brasil.

NOTAS SOBRE O AUTOR DO LIVRO "A MAGIA DO RADIO"

VALDIR COMEGNO é natural de Bauru, São Paulo, onde concluiu o curso de magistério no Colégio Guedes de Azevedo, em 1958.
Ainda em Bauru, como crítico de cinema, assinou por mais de dois anos a coluna A Outra Cara de Hollywood, no jornal Correio da Noroeste.
Professor secundário, formou-se como Geógrafo na Pontifícia Universidade Católica de Campinas.
Diplomou-se na Faculdade de Ciências e Letras Teresa Martin, na cidade de São Paulo, habilitando-se em Estudos Sociais, História, Educação Moral e Cívica e Organização Social e Política.
Ministrou aulas em diversas escolas da capital paulista, aposentando-se na Escola Estadual Caetano de Campos, na Praça Roosevelt.
Autor teatral, foi vencedor do 1° Festival Estudantil de Teatro, Região de Vila Prudente, São Paulo, com a peça Planeta Terra: Ano 2274.
Estudioso e pesquisador de música brasileira, possui coleção de aproximadamente 15 mil registros fonográficos, com inúmeras raridades.
Como historiador, “A Magia do Rádio” é seu primeiro livro.
Valdir reside em São Paulo e seu e-mail é valdircomegno@hotmail.com

domingo, 16 de agosto de 2009

O Livro de Contos de Gregorio Bacic




Pequena Resenha Crítica:

O Livro de Contos “Olhares Plausíveis” de Gregório Bacic Revela Horrores Contemporâneos

“O pão que trago comigo/Não é pão/
É fogo/O vinho que trago comigo não
é vinho/É sangue/(...). E todos hão de
beber/Do fogo e do sangue”

Carlos Nejar, a Genealogia da Palavra

O belo livro de contos modernos, “Olhares Plausíveis”, de Gregório Bacic, Editora Ateliê Editorial, SP, 2009, é um verdadeiro conjunto de retratos da própria urbana modernidade aloprada, com enfoques irônicos como se literais pontos de fuga do horror consciente da miserabilidade social do ser humanus... Humanus? Nessa espécie de narrativas como se num labirinto denso – entre surpreendentes e epigramáticos contos infantis para adultos – aqui e ali algo edipiano, retrazendo uma infância a uma irônica ótica adultizada, Gregório surpreende pela mão pesada e feroz, mas consciente. Desconforto existencial contra a vala demoníaca da mesmice envenenada do mundo contemporâneo em crise?. Os contos são verdadeiros retratos da miserabilidade humana nesses nossos tempos tenebrosos.

Olhares plausíveis na ficção, portanto. Entre o imaginário contundente e o real inventado pra clivagens, os seres-refugos; para muito além dos refúgios historiais, um consciente escritor dizendo de inconformidades, incompletudes. E, ironicamente, provocações, despojos letrais. Na verdade, “gavnós” (merdas em russo), de todos os tempos e lugares sociais, tudo condensado no aqui e agora; liquidificador de convergências investigadas e situações de aceitações frívolas. Restolhos de luzes na ribalta de atos descontínuos.

O diferente é necessário, meio que berrando a alucinação humanista desses consumistas tempos efêmeros.

Os contos, naturalmente, como se sem querer mas literalmente interligados, têm arames e costuras entre si. Como se um pequeno confeito-mosaico de romance-novela. A cidade grande (qualquer lugar-cidade), metrópole embrutecida com seus parafusos soltos nos arranjos descomunais de insanidades sistêmicas, que dão vernizes novos a podres velhos. Estruturas sócio-afetivas sórdidas. Cada um, um sítio de si mesmo. Ilhado e perdido com poder aquisitivo e falta de crivo ético. Gregório Bacic entende do riscado e, ironicamente com todo o peso literário que lhe é peculiar, coloca dedos em feridas aparentemente saradas apenas na estética formal. Tudo igual para não acontecer mudanças dentro do nada humano ou sensível. Quase um circo cênico, em que o autor coloca as tripas pra fora com mão de ourives, meticuloso, cirúrgico, mordaz.

Textos testemunhais enlivradas após olhares altamente críticos. A face das condutas e contudências insanas.

“O mundo avançou para permanecer o mesmo”, escreve ele numa das orelhas que salta aos olhos. E o autor une joios perolizados e sombras de trigos imprestáveis. Destrincha situações de mesmices e permanências. As clivagens sociais que vão além das históricas dívidas impagas. O corte frio apontando pangarés, pequenos seres, seres fracotes, tudo muito denso no peso do olhar do autor. Somos todos iscas uns dos outros? O inferno são as iscas. O conto “Plausível” um verdadeiro achado (criado) é assutador até no que não diz, no implícito sem reticências. Não há sensíveis nas ruínas amorfas dos sentimentos neutros. É preciso dar nomes às fuligens plausíveis. O conto “Demônio Inerte” por si só daria uma cena instigante em texto de Bertold Brecht.

Ser feliz é falta de remorso ou só consciência cínica?

“Atas da ABREME”, um conto seguinte, é a figuração de um corte de caco de espelho sujo na alma das aparências; cada um, claro, com sua leitura subjetiva pondo ainda mais fermento na purgação. Até dói. O vinagre como a lágrima da alma destroçada na releitura. O conto “A Olho Nu”, com retratos das disparidades da própria loucura humana. Ninguém é normal de perto e os loucos são perigosos para o sistema das aparências. Para o escritor, é como se não houvesse culpas e nem culpados, ele não julga e nem distorce, narra o horrendo. Há fatos. Teatro letral em 13 atos-monó-(Logus).

A fúria da literatura destrinchando vulgaridades em lampejos, contando de mediocridades existenciais contemporâneas, vergonhosamente atuais. Fotogramas dessa época de uma desordem econômica globalizando neuras. A degradação da grande massa populacional. Os insensíveis entre os incuráveis. Sangrias de todo tipo, pestes diversas. Pior, talvez, que os miseráveis, os irrecuperáveis... os aceitadores de mordaças e cabrestos...

Descobrimos a nós mesmos nos escritos alheios? A mediocridade humana dando literatura de primeira grandeza, é o que se lê no livro de Contos “Olhares Plausíveis”, quando Gregório acerta a mão e pinça lances, quadros cênicos, desde a falta de denodo da condição humana, feito um jogo de cena dando voz aos incompreendidos, aos limitados, aos aceitadores de tudo (os insensíveis), ao próprio embuste sócio-existencial da grande maioria da população entre operários, executivos, crianças, famílias em seus tantos descaminhos, inclusive e principalmente sócio-afetivos. Como desconstruções de seres abomináveis.

Cineasta, Gregório Bacic que criou e dirige o programa Provocações da TV Cultura de São Paulo, sob a direção do polêmico Antonio Abujamra, tem seu estilo todo peculiar, límpido, e ainda assenta na veia: “Às coisas que percebi; que vivemos numa época em que as tecnologias e os conhecimentos especializados encurtam tempos e distâncias, em que o mundo e as coisas mudam rapidamente para que... nada mude”. Ferino e verdadeiro.

Quer mais? Só lendo o livro. Se a função do artista é dar retoques delatadores de seu tempo insano, testemunhar vicissitudes, desajustes neurais inclusive, Gregório Bacic aqui exemplifica a função da arte literária em alta qualidade. Depondo: a tecnologia em alta e o humanismo em baixa. Contundências. Pois é, tudo isso denota a própria contação diferenciada do autor. O ser humano perdeu a sua consciência de estar no mundo? Antonio Lobo Antunes disse: “Meu desespero estava na impossibilidade de me levantar e dizer “Não é isso!”.

Pois Gregório Bacic, já autor de “Peão Envenenado e Outras Provocações” (Escrituras Editora, 2002) com seus novíssimos e algo venenosos recolhes, detona uma crítica sociológica no que escreve com qualidade, como se com todas as letras reafirmasse Gay Talese “Há sempre uma parte da vida do escritor que é ser escritor. Não importa como viva(...) É a sensibilidade isolada do escritor, o estado de alerta, a separação – como escritor você se separa dos outros o tempo todo.”

As histórias que contamos passam a nossa consciência a limpo?.

“Olhares Plausíveis” tem esse enfoque especifico: olhar o que parece que ninguém vê; (mas existe, acontece, dói), sentir a dor do outro e de alguma maneira escrevê-la com consciência, mas, também e principalmente com e por isso mesmo deixar que o leitor sinta, julgue e pense a respeito de tudo que se enquadra como colagens de cenas do cotidiano, meio Amodóvar, meio Glauber, sempre ele mesmo.

Com se com essas aberrações sobrevivenciais desses nossos tempos, ao narrá-las, tentasse provocar a própria consciência humana do humanus. E mais não digo. Leiam o livro.

Silas Correa Leite – E-mail:
poesilas@terra.com.br
Blogue: www.ports-lapsos.zip.net
Autor de O HOMEM QUE VIROU CERVEJA, CRÔNICAS Hilárias de um Poeta Boêmio, Giz Editorial, SP, no prelo.

BOX:
“Olhares Plausíveis”, Contos, Ateliê Editorial, SP, Edição 2009
Autor: Gregório Bacic
Site:
www.atelie.com.br - E-mail: ateliê@atelie.com.br


domingo, 9 de agosto de 2009

O Homem e a Mulher, Vitor Hugo




"O Homem e A Mulher


"O homem é a mais elevada das criaturas;A mulher é o mais sublime dos ideais.O homem é o cérebro;A mulher é o coração.O cérebro fabrica a luz;O coração, o AMOR.A luz fecunda, o amor ressuscita.O homem é forte pela razão;A mulher é invencível pelas lágrimas.A razão convence, as lágrimas comovem.O homem é capaz de todos os heroísmos;A mulher, de todos os martírios.O heroísmo enobrece, o martírio sublima.O homem é um código;A mulher é um evangelho.O código corrige; o evangelho aperfeiçoa.O homem é um templo; a mulher é o sacrário.Ante o templo nos descobrimos;Ante o sacrário nos ajoelhamos.O homem pensa; a mulher sonha.Pensar é ter , no crânio, uma larva;Sonhar é ter , na fronte, uma auréola.O homem é um oceano; a mulher é um lago.O oceano tem a pérola que adorna;O lago, a poesia que deslumbra.O homem é a águia que voa;A mulher é o rouxinol que canta.Voar é dominar o espaço;Cantar é conquistar a alma.


Enfim, o homem está colocado onde termina a terra;A mulher, onde começa o céu.


Victor Hugo

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Tio João Maria de Oliveira, Uma Saudade Imensa




Um Tio na Parede da Memória: João Maria de Oliveira


Eu devia ter uns dois, três, talvez quatro anos. Começo de 1950. O Tio João Maria me pegava no colo, me jogava para ao alto, eu ria muito. Eu me lembro... eu me lembro... o pai no acordeão, o Tio João Maria na flor da juventude no violão, e eu num improvisado pandeiro feito com lata redonda de marmelada. Era a Cidade Nova. Era Harmonia, Era Monte Alegre, hoje Telêmaco Borba, no Paraná. Cresci, outros irmãos nasceram, voltamos para Itararé. Um dia, o querido Tio João Maria que morava conosco, simplesmente anoiteceu e não amanheceu. Nunca mais o vimos. O que foi? O que não foi? Nunca soubemos. O Tio João Maria garrou o mundão sem porteira de Deus. Ficou na parede da memória, o jeitão dele, o sorriso graúdo dele. E a foto em preto e branco na parede. Como um sinal do tempo. Crescemos, sempre com o Tio João Maria sendo lembrado, um herói, um grande tio daqueles que toda familia tem. Passaram-se os anos. Cresci. Um bendito dia ouvi dizer que ele estava pros lados da Bolívia, depois Campo Grande, Mato Grosso. Fiz contatos. Uma rádio local divulgou. Eu já formado, chefe de escritório, certa feita recebo pela rádio, um telefonema. Ao vivo.: O Tio João Maria estava no ar. Falou comigo. Emoções recompostas. Troca de cartas. A familia sempre lembrando o jeito alegre, serviçal. Perdemos contato novamente. A luta dura da vida. Depois o soubemos viúvo. Depois o soubemos doente. Nunca mais voltou para Itararé. Nunca mais voltou pra nós. Mas, também, de dentro do coração, nunca mais saiu. Nesses tempos modernos, recuperamos fotos, escaneamos, via orkut fiquei sabendo de um filho querido dele, o Primo Jorge. Tudo de novo. Falamos com o Tio João Maria. A Familia alvoroçada. Minha mãe, doente, bem mais velha, sonhando com a volta dele, a fronha de lágrimas. O reencontro depois de mais de meio século. O tio distante, Itararé tão longe, João Maria falou comigo por telefone. Trocamos figurinhas de saudades. Recuperamos outras fotos. Temos o número dele. Ligamos. Conversas amarradas naquela imagem do tio jovial, que hoje fez redondos oitenta anos, a caminho do centenário. Como um personagem do mundo encantado, como um ser mítico, o Tio João Maria personificava o sonho, o herói, o aventureiro, o distante, o vencedor. Depois o soubemos leonino como eu, um poeta louco e sonhador. Conversamos com o tio. Promessas de ir visitá-lo, tão longe. Ainda devo realizar este sonho. Emoções. Imagine abraçar um tio que, como uma estrela, um raio de sol, conviveu em nossas doces memórias e, depois de cinquenta anos – eu era um guri de tudo quando ele foi embora – poder abraçá-lo, colocar 50 anos num só abraço?. Será que o meu coração vai agüentar? Será que o coração dele ainda está forte?. Um dia nos reencontraremos, certamente. Cedo ou tarde, as almas que se amam se encontram nesse mundão de Deus. Até lá, o Tio João Maria recebe meus livros, poemas e contos, minhas fotos, e, certamente também, talvez, pense como poderia ter sido diferente. Mas não é, não foi. O Tio João Maria é parte de nós, de nossas almas, de nossas memórias, de nossos corações. Escrevo. O coração arrebentando no peito. A saudade é um porto, a lembrança um barco, escrever é singrar horizontes. Pois é, Tio João Maria, também sou de agosto como o sr, também saí de casa, também sumo do mundo quando escrevo, enfrentei barreiras. Para um poeta sonhador, longe é um lugar que não existe. O estamos esperando. Sempre estaremos. Numa lembrança, numa lágrima, num sonho. O sr me pegava no colo, me jogava pra cima, eu ria muito. Ainda estou nalgum lugar lá em cima, Tio, parado no ar, esperando, tendo sua lembrança como uma bandeira, um farol, um mimo de afeto. Talvez, quem sabe um dia, o poeta abraçará o seu mais adorado Tio João Maria de Oliveira. Um rio de Lágrimas há de romper em Campo Grande para unir corações que nunca se separaram.


Silas Correa Leite, Agosto de 2009.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Pensamentos de Tyler Durden


Pensamentos de Tyler Durden


"Eu vejo aqui as pessoas mais fortes e inteligentes.Vejo todo esse potencial desperdiçado.A propaganda põe a gente pra correr atrás de carros e roupas.Trabalhar em empregos que odiamos para comprar merdas inúteis.Somos uma geração sem peso na história.Sem propósito ou lugar.Nós não temos uma Guerra Mundial.Nós não temos uma Grande Depressão.Nossa Guerra é a espiritual.Nossa Depressão, são nossas vidas.Fomos criados através da tv para acreditar que um dia seriamos milionários, estrelas do cinema ou astros do rock.Mas não somos.Aos poucos tomamos consciência do fato.E estamos muito, muito putos.Você não é o seu emprego.Nem quanto ganha ou quanto dinheiro tem no banco.Nem o carro que dirige.Nem o que tem dentro da sua carteira.Nem a porra do uniforme que veste.Você é a merda ambulante do Mundo que faz tudo pra chamar a atenção.Nós não somos especiais.Nós não somos uma beleza única.Nós somos da mesma matéria orgânica podre, como todo mundo.Escolha não ter uma TV grandenem baixo colesterolnem um abridor elétrico de latasnem plano de saúde e dentárioe muito menos uma casa de dois andares numa rua arborizada e filhos que só tiram A+.


As coisas que você possui acabam te possuindo.Você só é realmente livre após perder tudo.Pois ai nao terá o que perder, e, enfim, encontrar-se-á livre".